Chat Rapper

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Facção Central


Facção Central é um grupo brasileiro de rap, formado na cidade de São Paulo no ano de 1989. Atualmente, é formado pelos cantores Eduardo, Dum-Dum, Moyses e DJ Binho. O Facção Central alcançou enorme repercussão devido ao forte conteúdo de suas letras e até a prisão de seus integrantes após a veiculação do clipe "Isso aqui é uma Guerra".

História

Formação 

O grupo foi formado em 1989, na região central de São Paulo (Glicério, Cambuci e Ipiranga), sendo inicialmente integrado por Nego (hoje conhecido como Mag), Eduardo e Jurandir. Nego e Jurandir deixaram o grupo, sendo substituídos por Dum-Dum e Garga, que se juntaram a Eduardo e iniciaram as atividades do grupo. De 1997 para 1998 Garga saiu do grupo e Erick 12 chegou para somar, mas em seguida deixou o grupo e hoje apenas produz para ele. Nascidos e criados em cortiços, os componentes Eduardo (compositor/intérprete) e Dum-Dum (intérprete) conviveram desde a infância com violência social, tráfico de drogas, vícios, violência policial, delegacias e presídios. Um passado violento transformado em fonte de inspiração e traduzido em composições contundentes que relatam a realidade cotidiana das camadas mais baixas da sociedade, além de criticar duramente aqueles que, na visão do compositor Eduardo, seriam os causadores dos problemas discutidos nas letras das canções.

Postura

Ameaças policiais por telefone, censuras de algumas rádios, prisões pelo conteúdo de algumas letras e até mesmo a proibição de veiculação na televisão brasileira do videoclipe "Isso aqui é uma Guerra", considerado pelas autoridades como apologia ao crime, são algumas das consequências decorrentes da postura do grupo. Outros exemplos da postura do grupo são o lírico das músicas e o título das mesmas, como "A Marcha Fúnebre Prossegue", "Minha Voz Está no Ar" (com a frase de refrão "A boca só se cala quando o tiro acerta"), "Apologia ao Crime", "Pacto com o Diabo", "Eu Não Pedi Pra Nascer", "A Guerra Não Vai Acabar" "Estrada Da Dor 666" , entre outras. O grupo tem um estilo musical próprio: agressivo, violento, racional/intelectual, demonstração de grande consciência dos problemas sociais. As letras do grupo seguem um violento estilo, entretanto racional. O grupo utiliza a linguagem da períferia (gírias) e a linguagem formal. Também é comum o grupo utilizar partes de músicas clássicas para iniciarem sua músicas. Dialogam diretamente com vários interlocutores, passando uma mensagem de que o crime não compensa (como no clipe de "Isto Aqui é Uma Guerra"). A religião se faz presente como mediadora, uma metáfora para a violência da Terra, como em "Deus Anda de Blindado" (uma alusão à música de 1996 do grupo Pavilhão 9, "Se Deus Vier, que Venha Armado").

Censura

Em 1999, o grupo lançou o disco Versos Sangrentos, com batidas fortes e letras de protesto, relacionadas aos temas violência, corrupção, fome, violência policial e a ineficácia do governo. Ele foi alvo de censura, tendo o disco ido à loja com 15 músicas gravadas e um videoclipe da música "Isso aqui é uma Guerra", que foi acusada e censurada por apologia ao crime.O clipe foi ao ar durante seis meses e chegou a passar na MTV, mas logo foi retirado pelo mesmo motivo.Os integrantes afirmaram que não tinha nenhuma apologia no clipe, pois no final um dos bandidos que assaltaram o banco foi morto; com a mensagem de que o crime não compensa. "O clipe não fala da Disneylândia, mas do Brasil, o país onde mais se mata com arma de fogo. Se tivesse sido feito na Suécia, poderia até causar espanto. O espantoso é alguém daqui se chocar com o seu conteúdo." Eduardo

Após a censura

Após a censura do videoclipe do grupo no disco Versos Sangrentos, o Facção lançou o álbum A Marcha Fúnebre Prossegue, que inicia-se com uma introdução à notícia da censura, dada em vários telejornais com os dizeres "Rap que faz apologia ao crime: Facção Central", divulgado no Jornal Nacional por Fátima Bernardes. Essa introdução é composta por vários "recortes" de noticiários da televisão brasileira. Após a faixa "Introdução", vem em seguida a faixa "Dia Comum", que conta a história do cotidiano das periferias brasileiras, e, em seguida, a faixa "A Guerra Não Vai Acabar", uma espécie de "carta-resposta" a censura do videoclipe, que inicia-se com uma pesada letra e críticas a promotoria, dizendo "Aí promotor, o pesadelo voltou, censurou o clipe mas a guerra não acabou; ainda tem defunto a cada 13 minutos das cidades entre as quinze mais violentas do mundo". Outras críticas seguem no decorrer do álbum e nelas se destacam A Marcha Fúnebre Prossegue Os Porcos Querem Meu caixão e Desculpa mãe . Mais dois discos foram lançados depois de A Marcha Fúnebre Prossegue: Direto do Campo de Extermínio e O Espetáculo do Circo dos Horrores.

Atualidade

O intérprete e compositor Eduardo divulgou em 2008 estar no projeto de um livro. A previsão inicial de lançamento era para o fim de 2010; entretanto, devido à complexidade do projeto, sofreu atrasos foi lançado no final de Setembro de 2012 com o título A Guerra Não Declarada na Visão de um Favelado.O grupo desde sua estreia já vendeu 500 mil discos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Parceiro